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Preciso estudar História Geral para o ENEM, e agora?

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Gustavo Gaiofato

Professor e Historiador

Você abriu o cronograma de estudos pro ENEM, viu “História Geral” e sentiu aquele frio na barriga? Não é só você. Muita gente sente que está prestes a encarar um conteúdo distante, confuso e cheio de nomes e datas que parecem não fazer sentido.

Mas deixa eu te dizer uma coisa com toda clareza: se você entender História como ciência, tudo muda.

História não é sobre decorar. É sobre entender como o mundo funciona.

A escola, muitas vezes, te ensinou História como se fosse uma sequência de “fatos” isolados. Reis, guerras, tratados, presidentes. Aulas sem contexto, sem sentido — e, claro, sem crítica.

Esse modelo não é acidente. É projetado pra te manter alienado da lógica que estrutura a sociedade. Pra que você entenda o mundo só pela superfície, e não pelos interesses que o movem.

Mas História é outra coisa. História é ciência das relações sociais. É o estudo da luta de classes. É entender como a humanidade se organiza materialmente e como, em cada época, surgem novas formas de dominação, exploração — e também de resistência.

O que o ENEM cobra de História Geral?

O ENEM adora parecer neutro. Mas as perguntas revelam muito. Quando ele fala de Revolução Francesa, de Industrialização, de Colonialismo, o que ele quer ver é se você entende a dinâmica social que está por trás disso tudo.

Ele quer saber se você é capaz de:

  • Compreender que a Revolução Francesa foi a consolidação do poder burguês.
  • Perceber que a Revolução Industrial criou uma nova forma de exploração do trabalho — e que o capitalismo depende disso até hoje.
  • Analisar como o colonialismo estruturou o racismo e a desigualdade global.
  • Enxergar a Segunda Guerra como uma disputa interimperialista, não como um conto de heróis contra vilões.

Não se trata de decorar a data da Batalha de Waterloo. É sobre saber quem ganhou, quem perdeu, e por quê — e como isso ainda impacta a sua vida hoje.

Por onde começar de verdade?

A primeira coisa que você precisa é entender que História é processo. Nada começa do nada. Tudo tem causa, contexto, e consequência.

O melhor caminho pra estudar é seguir a lógica dos modos de produção:

  1. Comunidades primitivas (e a origem da propriedade).
  2. Escravismo (com destaque pro mundo antigo e a escravidão moderna).
  3. Feudalismo (e o papel da Igreja, da terra, da servidão).
  4. Capitalismo (da acumulação primitiva ao neoliberalismo).
  5. Socialismo real (como projeto histórico e como resposta ao capital).
  6. Imperialismo e Neocolonialismo (como estratégias de manutenção da dominação global).

Esses blocos estruturam o mundo. E é neles que o ENEM se apoia, mesmo que disfarce com um textinho bonitinho sobre “mudanças sociais”.

Estudar História é se armar teoricamente

Estudar História do jeito certo não é só pra passar na prova. É pra entender o que tá acontecendo no mundo: crise econômica, colapso ambiental, guerras, racismo, misoginia, desigualdade.

Quem só vê a aparência, acha que é tudo caos. Quem estuda História com método, entende o sistema.

No canal História Cabeluda, é isso que a gente faz: estuda História a sério, com fundamento, com crítica, e com compromisso com a transformação. Nada de “resumo de 5 minutos”. Aqui é conteúdo com contexto, com densidade, mas acessível pra quem quer realmente parar de ser massa de manobra.

Dicas práticas

  • Não tenta estudar tudo ao mesmo tempo. Começa com o básico: modos de produção, revoluções, colonialismo.
  • Faça anotações com suas palavras. Entenda o conceito. Esquece decorar nome de tratado.
  • Resolva questões do ENEM olhando além da pergunta: o que ela tá escondendo? O que ela tá sugerindo?
  • Use o conteúdo do canal como base: os vídeos não são “aula pronta”. São ponto de partida pra construir consciência histórica.

Pra encerrar:

Estudar História é sair da bolha. É enxergar o sistema. É perceber que as coisas têm causa — e que nenhuma injustiça é acidente.

Seja bem-vindo! Aqui, a gente não ensina só pra passar em prova. A gente ensina pra mudar a forma como você enxerga a realidade.

E isso, meu amigo, o vestibular nenhum vai te cobrar — mas o mundo vai.

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