Se você quer estudar comunismo com seriedade, primeiro precisa entender o seguinte:
não dá pra entender o comunismo sem entender o capitalismo.
Começar a estudar comunismo é começar a entender o mundo
O comunismo não é uma utopia solta no tempo. Ele nasce da crítica radical e concreta ao sistema capitalista.
É uma resposta histórica às contradições da sociedade dividida em classes — e não um “sonho de igualdade” tirado da cabeça de alguém em um café europeu.
A proposta comunista parte de constatações materiais:
- Que a sociedade é dividida entre exploradores e explorados.
- Que o capitalismo vive da exploração da força de trabalho.
- Que a propriedade privada dos meios de produção impede a emancipação da maioria.
- E que qualquer projeto de transformação real exige ruptura — não reforma cosmética.
Por onde começar?
Primeiro, pelo método. O ponto de partida é o materialismo histórico-dialético: ou seja, estudar a realidade a partir das condições concretas de produção, das relações sociais e da luta de classes.
A ideia aqui é simples: entender a história pelas estruturas e contradições, não por indivíduos geniais ou “vontades nacionais”.
Etapas essenciais:
1. Leia o Manifesto do Partido Comunista (Marx e Engels)
Obra curta, direta e com uma análise potente sobre como o capitalismo se formou — e por que ele precisa ser superado.
2. Entenda os modos de produção
Feudalismo, escravismo, capitalismo e socialismo são formas diferentes de organizar a produção — e com elas vêm diferentes formas de dominação.
3. Estude as experiências históricas de construção do socialismo
- Revolução Russa (1917): primeira tentativa concreta de romper com o capitalismo em escala nacional.
- Revolução Chinesa (1949): adaptação da teoria à realidade camponesa da China.
- Revolução Cubana (1959): resistência ativa no coração da América Latina.
- Construção socialista na Coreia Popular (RPDC): modelo de defesa nacional e soberania diante da agressão imperialista desde 1950.
Essas experiências têm suas contradições e especificidades. Não são modelos prontos, mas processos históricos que precisam ser estudados com seriedade — e não com caricaturas.
4. Leia com profundidade
Uma base pra quem quer se formar com seriedade:
- Manifesto do Partido Comunista – Marx & Engels
- Estado e Revolução – Lênin
- A origem da família, da propriedade privada e do Estado – Engels
- 18 de Brumário de Luís Bonaparte – Marx
- Imperialismo: fase superior do capitalismo – Lênin
- A nova mulher e a moral sexual – Kollontai
- Realismo capitalista – Mark Fisher
- Os Condenados da Terra – Frantz Fanon
E claro: assista aos vídeos do canal História Cabeluda. Eles são ponto de entrada, mas também de aprofundamento,
Estudar comunismo é entender a estrutura
Tem gente que acha que estudar comunismo é repetir slogans. Mas quem estuda a sério, sabe que:
- Comunismo é ciência.
- É método de análise.
- É prática política orientada por teoria.
E mais: é a única tradição teórica que coloca a classe trabalhadora como sujeito histórico da transformação social.
E aí, vai continuar achando que é tudo “coisa do passado”?
A crise ecológica, a precarização do trabalho, o colapso da democracia liberal e a financeirização total da vida estão aí. Estudar comunismo não é “olhar pra trás”. É olhar o presente com as ferramentas que realmente explicam o sistema — e apontam uma saída.
Se você quer começar, começa direito.
Com método. Com base. Com coragem intelectual.
Te vejo nos vídeos. Te vejo nas formações.
E, com sorte, no futuro onde a história seja escrita pelas nossas mãos.